(1927) Edward Weston, Two Shells;
(1930) Edward Weston, Pepper.
Subindo um pouco o nível formal do blog, queria mostrar estas três fotografias do artísta americano Edward Weston (1886-1958). As três imagens são, cronologicamente e conceitualmente, do miolo da carreira de Weston, isto é, correspondem, de um lado, aos anos 20-30 do século XX e, de outro, ao esforço do fotógrafo por depurar ao máximo a sua busca formal, de modo que as três imagens acima são produto de uma única e mesma visão sobre a realidade e suas aparências. Como diz o próprio artista:
Subindo um pouco o nível formal do blog, queria mostrar estas três fotografias do artísta americano Edward Weston (1886-1958). As três imagens são, cronologicamente e conceitualmente, do miolo da carreira de Weston, isto é, correspondem, de um lado, aos anos 20-30 do século XX e, de outro, ao esforço do fotógrafo por depurar ao máximo a sua busca formal, de modo que as três imagens acima são produto de uma única e mesma visão sobre a realidade e suas aparências. Como diz o próprio artista:
“The camera should be used for a recording of life, for rendering the very substance and quintessence of the thing itself, whether it be polished steel or palpitating flesh.”
Dessa forma, a fotografia age como a execução de uma complexa, porém coerente, partitura musical, onde cada uma das diversas notas que a câmera toca correspondem à uma múltipla variedade de atributos, como alturas, timbres, durações e intensidades que definem, em seu conjunto, a posição específica e única de cada um dos múltiplos pontos que compõem os corpos em exibição no espaço. À posição específica de cada um dos pontos em relação aos demais corresponderia, em contraposição, a essência comum dos corpos entre si que, pensados como um todo, formam uma única realidade. A substância é una, mas suas manifestações são sempre múltiplas; carne ou aço, nus, conchas ou vegetais são apenas aparências diversas para uma única e mesma inescapável evidência: a forma.