Monday, May 28, 2007

Tentaculando


Voltando aos fabulosos usos tentaculares, faz um tempinho já que estou em dúvida se deveria postar ou não essa imagem acima, que diz muito por si mesma e que, portanto, não precisa muito de comentários. Só queria dizer que independentemente de ser considerada pornográfica ou não, o exotismo da foto me chamou tanto a atenção que prefiro considerá-la como um caso bastante idiossincrático de erotismo, mesmo porque ainda que a imagem não tenha sido pensada (penso eu) como obra, a simples exposição dessa prática milenar, somada aos tons limpidamente róseos do tapete, do próprio polvo e do corpinho delicado e teso da modelo me fazem lembrar um pouco da estética de filmes como Dolls, do Takeshi Kitano. Algo entre uma super-exposição de uma prática milenar e, portanto, possivelmente comum, e um ultra-intimismo de uma atitude bastante original que, com certeza, devem provocar reações sensórias interessantes no expectador. Só isso já justificaria a presença dessa imagem aqui. Comentários, como sempre, são muito bem-vindos...
* Para aqueles que não entenderam onde isso se encaixa aqui no blog, favor ver os posts abaixo aqui.

Saturday, May 19, 2007

Maior Complexidade

(2005) Alex Brown, Lexi, Óleo sobre tela, 63 x 82cm

O quadro acima aplica o mesmo princípio que o quadro abaixo, só que ao contrário. Aqui, a imagem é recodificada através de um aumento da complexidade. As linhas originais parecem ser mais simples, apenas trazendo a indicação dos contornos gerais, sem muito aprofundamento nos detalhes da figura, o que acaba sendo produzido justamente pelo processamento da imagem.

A Ótica Do Olhar Enviesado

(2005) Alex Brown, Alice, Óleo sobre tela, 78 x 64 cm.

Vagando pela internet, à procura de galerias internacionais de artistas contemporâneos, encontrei, já não me lembro bem onde, algumas obras desse ou dessa artista que acredito ser dos EUA, provavelmente numa galeria em NY. A imagem em questão tem um pequeno truque embutido. Para mim é claramente o exemplo do que eu talvez chamaria de arte da dinâmica imanente, capaz, de um lado, de figurar a potência e o ato ao mesmo tempo, além de estabelecer com o espectador, de outro lado, uma relação de imanência pelo qual se instaura a possibilidade de qualquer visibilidade ou, melhor dizendo, figuração. Contudo, nesse caso, a figuração se dá justamente pelo aumento da opacidade do visível, ou seja, para que se possa ver a figura contida por trás da imagem visível é necessário que se olhe de viés para o quadro, de forma que a distorção produzida por esse olhar reverta a codificação que transformou a figura nítida e clara inicial em múltiplos pequenos segmentos homogêneos de cor, como acontece de forma homóloga com a conversão de arquivos de som para formatos de tamanho mais reduzido. Assim, o artista reduz a complexidade inicial da imagem para um nível no qual são preservadas apenas as relações essenciais entre os elementos, sem as quais o quadro perderia a identidade estrutural que estabelece como a imagem inicial. O olho humano, ao criar uma segunda distorção, como quando produzimos propositalmente um embaçamento da visão, restaura de uma forma magnífica se não a imagem inicial em sua integridade, pelo menos os detalhes que não são percebidos pelo olhar despreocupado. O que fascina, nisso, é que se pode postular a partir daí uma certa homologia também entre a distorção do olhar enviesado e a distorção que foi produzida pelo artísta, muito provavelmente através do recurso à manipulação da imagem através de algum software.

Sharing Beauty


(2006) Joshua Strang, Aurora Over Alaska.
Astronomy Picture of the Day, http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/astropix.html (April 9, 2007)
"Explanation: Higher than the highest mountain, higher than the highest airplane, lies the realm of the aurora. Aurora rarely reach below 60 kilometers, and can range up to 1000 kilometers. Aurora light results from solar shockwave causing energetic electrons and protons to striking molecules in the Earth's atmosphere. Frequently, when viewed from space, a complete aurora will appear as a circle around one of the Earth's magnetic poles. The above digitally enhanced photograph was taken in 2005 January shows a spectacular aurora borealis above the frozen landscape of Bear Lake, Alaska, USA. The above image was voted Wikipedia Commons Picture of the Year for 2006." (From the site referred above...)