(2005) Alex Brown, Alice, Óleo sobre tela, 78 x 64 cm.
Vagando pela internet, à procura de galerias internacionais de artistas contemporâneos, encontrei, já não me lembro bem onde, algumas obras desse ou dessa artista que acredito ser dos EUA, provavelmente numa galeria em NY. A imagem em questão tem um pequeno truque embutido. Para mim é claramente o exemplo do que eu talvez chamaria de arte da dinâmica imanente, capaz, de um lado, de figurar a potência e o ato ao mesmo tempo, além de estabelecer com o espectador, de outro lado, uma relação de imanência pelo qual se instaura a possibilidade de qualquer visibilidade ou, melhor dizendo, figuração. Contudo, nesse caso, a figuração se dá justamente pelo aumento da opacidade do visível, ou seja, para que se possa ver a figura contida por trás da imagem visível é necessário que se olhe de viés para o quadro, de forma que a distorção produzida por esse olhar reverta a codificação que transformou a figura nítida e clara inicial em múltiplos pequenos segmentos homogêneos de cor, como acontece de forma homóloga com a conversão de arquivos de som para formatos de tamanho mais reduzido. Assim, o artista reduz a complexidade inicial da imagem para um nível no qual são preservadas apenas as relações essenciais entre os elementos, sem as quais o quadro perderia a identidade estrutural que estabelece como a imagem inicial. O olho humano, ao criar uma segunda distorção, como quando produzimos propositalmente um embaçamento da visão, restaura de uma forma magnífica se não a imagem inicial em sua integridade, pelo menos os detalhes que não são percebidos pelo olhar despreocupado. O que fascina, nisso, é que se pode postular a partir daí uma certa homologia também entre a distorção do olhar enviesado e a distorção que foi produzida pelo artísta, muito provavelmente através do recurso à manipulação da imagem através de algum software.
Vagando pela internet, à procura de galerias internacionais de artistas contemporâneos, encontrei, já não me lembro bem onde, algumas obras desse ou dessa artista que acredito ser dos EUA, provavelmente numa galeria em NY. A imagem em questão tem um pequeno truque embutido. Para mim é claramente o exemplo do que eu talvez chamaria de arte da dinâmica imanente, capaz, de um lado, de figurar a potência e o ato ao mesmo tempo, além de estabelecer com o espectador, de outro lado, uma relação de imanência pelo qual se instaura a possibilidade de qualquer visibilidade ou, melhor dizendo, figuração. Contudo, nesse caso, a figuração se dá justamente pelo aumento da opacidade do visível, ou seja, para que se possa ver a figura contida por trás da imagem visível é necessário que se olhe de viés para o quadro, de forma que a distorção produzida por esse olhar reverta a codificação que transformou a figura nítida e clara inicial em múltiplos pequenos segmentos homogêneos de cor, como acontece de forma homóloga com a conversão de arquivos de som para formatos de tamanho mais reduzido. Assim, o artista reduz a complexidade inicial da imagem para um nível no qual são preservadas apenas as relações essenciais entre os elementos, sem as quais o quadro perderia a identidade estrutural que estabelece como a imagem inicial. O olho humano, ao criar uma segunda distorção, como quando produzimos propositalmente um embaçamento da visão, restaura de uma forma magnífica se não a imagem inicial em sua integridade, pelo menos os detalhes que não são percebidos pelo olhar despreocupado. O que fascina, nisso, é que se pode postular a partir daí uma certa homologia também entre a distorção do olhar enviesado e a distorção que foi produzida pelo artísta, muito provavelmente através do recurso à manipulação da imagem através de algum software.
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