Algoz rotineiro,
Soldado das horas,
Hárpia da moderna medida,
Quando da minha desfortuna,
Sorve o sopro de Netuno
- Tremeterra tridentino! -
E cobre com as nuvens da abóbada atlântica
Os umbrais da alcova contemplativa
Em que me encontraste.
De um canto a outro do olho
Soa incontido e intempestivo
O ciclópico desatino.
Dentre as ervas do repasto
Colhe as mais brandas penas
Como o duplo sol de Ícaro
Completando o abismo
De puro ar celestino.
Lança,
Finalmente,
A íngreme cor pontiaguda da culpa
Contra meu peito poluto
E liquefaz a etérea agonia
Do desmascaramento recente.
Enquanto o retrato é desvelado
Desfaz não vagaroso
O temor de ser livre
Pois a esperança de o ser
É um imperativo clandestino.
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5 comments:
putz...várias imagens se formaram na minha cabeça...e gostei dos sons de tremeterra tridentino e tb gostei muito da ultima estrofe, sobre o temor de ser livre.....eu nao sei se é o melhor jeito de se ler um poema, mas invariavelmente fico imaginando certas imagens qdo leio um....pensei no relogio qdo li as 3 primeiras linhas, depois no mar com um céu de tempestade se fechando, depois num redemoinho de vento vindo por todos os lados de alguem q fica lá, parado na areia da praia, perdido sem saber direito o que fazer e como dizer o q pensae sente.
vixi.
viajei.
te linkei no cinder.....rella.
Saudade de poesia...
Um pouco da coluna um, um pouco da coluna dois...
Vejamos... vamos ver se eu bolo alguma coisa interessante. I'll get back to u.
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